Durante a gravidez, muitos produtos químicos devem ser evitados para prevenir danos à mãe e ao feto.
O guaraná é um ingrediente comum encontrado em refrigerantes e pode ser comercializado como "natural" ou "à base de ervas". Embora o guaraná seja um ingrediente natural, ele contém mais cafeína do que os grãos de café, e as futuras mães devem ter cuidado quanto ao seu uso.
Identificação
O guaraná deriva das sementes de uma planta arbustiva, Paullinia cupana, na América do Sul. As sementes são moídas e transformadas em uma pasta, chamada guaraná, que é usada para dar sabor e cafeína às bebidas. A cafeína é encontrada em muitas plantas, incluindo a Paullinia cupana, e atua como um mecanismo de defesa contra pragas.
A cafeína é o produto químico encontrado nas plantas, e o guaraná é uma pasta que contém cafeína em sua composição. O guaraná tem maior porcentagem de cafeína do que o grão de café, mas a substância química da cafeína é a mesma.
Efeitos
A cafeína estimula o sistema nervoso central, causando estado de alerta, nervosismo, aumento da frequência cardíaca, desidratação e aumento da pressão arterial.
Durante a gravidez, a cafeína pode atravessar a placenta e entrar na corrente sanguínea do bebê, causando efeitos semelhantes no bebê. No entanto, de acordo com o Department of Health and Human Services, a ingestão baixa de cafeína até 150 mg ou ingestão moderada de até 300 mg por dia durante a gravidez não prejudica o bebê. Portanto, uma bebida ou alimento que contenha guaraná deve ser seguro se estiver abaixo desses limites. No entanto, o site Drugs.com diz que o guaraná é contraindicado para mulheres grávidas e mães que amamentam.
Equívocos
Há muito se acredita que a cafeína pode causar infertilidade, abortos espontâneos ou defeitos congênitos. Em um estudo do Centers for Disease Control, não houve efeito na fertilidade devido à ingestão de cafeína.
Também se nota que a cafeína, em qualquer quantidade, não causa defeitos de nascença. Abortos espontâneos são mais difíceis de determinar por causa de sua frequência; entretanto, a Organização de Especialistas em Informação Teratológica, OTIS, determinou que a cafeína em níveis baixos a moderados, 150 a 200 mg, não causa abortos espontâneos.
Atenção
Apesar das descobertas de que cafeína baixa a moderada pode ser segura, é importante saber que o corpo de um bebê não nascido não possui sistemas totalmente funcionais para decompor e remover produtos químicos. A cafeína ingerida por uma mulher grávida pode permanecer no organismo de seu bebê por um longo período de tempo em comparação com a mãe.
Alguns bebês nascidos de mães que ingeriram mais de 500 mg por dia de cafeína tiveram batimentos cardíacos e respiratórios mais rápidos, tremeram e ficaram acordados por mais tempo nos primeiros dias após o nascimento. O guaraná pode ter maior probabilidade de causar esses efeitos por causa de seu alto teor de cafeína.
Considerações Finais
A The Organization of Teratology Information Specialists (OTIS) e a marchofdimes.org concordam que uma baixa quantidade de cafeína é considerada 150 mg ou menos e altas quantidades são superiores a 300 mg por dia. Independentemente de qual seja um nível seguro de cafeína, é recomendado que a gestante esteja ciente de sua ingestão diária e tente não exceder 150 mg por dia. Rótulos de alimentos ou bebidas dizendo que contêm guaraná devem ser usados com cautela. O guaraná verdadeiro contém o dobro da quantidade de cafeína de um alimento equivalente, com um rótulo que indica "cafeína" como ingrediente.